"Games Artísticos"

Os jogos eletrônicos são a forma de arte mais intensa que existe, você pode gostar de literatura, desenho, músicas ou cinema, mas um jogo é tudo isto em um só e muito mais, existem jogos cuja sua arte gráfica emociona e encanta, são literalmente vários quadros por segundos sendo contemplados por seus olhos, outros jogos fazem jogadores chorarem com as melodias que o compõem, alguns emocionam e se expressão pelo seu roteiro, e outros pelas cenas apresentadas durante o jogo.

E como toda arte, se tornou entretenimento, e como todo entretenimento, se tornou mais um nicho do comercio, e assim como na música, cinema e etc, alguns jogos não transmitem mais emoção alguma dos seus game designers, passava apenas a fórmula gerada por dados obtidos pelas estatísticas dos empresários, e arte, virou produto... Mas novamente como toda arte, que virou produto, continua sendo arte, e vira e mexe, aparecem artistas utilizando deste meio para encantar, emocionar, ensinar e passar suas emoções, ou as emoções particulares de cada pessoa do publico.

E é por isto que fiz este tópico, para falarmos sobre os jogos que foram alem do comercio, e continuam sendo acima de tudo, arte!

Para estreiar o tópico, vou fazer algo um pouco errado, falarei de um jogo que eu ainda nem joguei, o Papo & Yo, mas que parece ser um desses jogos mais artísticos do que comerciais.



Vou começar contando sobre Vander Caballero, o criador do jogo, pois a historia do game designer de Papo & Yo, está intimamente ligada a história e os acontecimentos do jogo, depois falarei sobre o jogo em si, e por fim darei mais detalhes sobre a criação do jogo, para pessoas que assim como eu se interessam por criação de jogos eletrônicos, então vamos lá:

Papo & Yo é um jogo indie, criado por Vander Caballero, um game designer que trabalhava na EA (onde trabalhou no jogo Army of Two) e que largou a EA e fundou sua própria empresa, a Minority, pois queria poder criar com mais liberdade os seus jogos, e o primeiro jogo desta empresa foi justamente Papo & Yo.
Vander Caballero teve uma infância um pouco conturbada por um problema familiar, o alcoolismo do seu pai, por isto que logo no inicio do jogo, você é apresentado a seguinte dedicatória: “À minha mãe, meus irmãos e irmã, com quem sobrevivi ao monstro em meu pai”.
Segundo Vander, seu pai era um bom sujeito, mas também mau, lado este que ocorria quando estava sobre o efeito horrível do seu vicio

«A historia contada em Papo & Yo é sobre eu mesmo e meu pai, que era um bom homem mas também um mau. Como muitos, usou o álcool e as drogas para lidar com a dura realidade, e eu fui vitima dessa situação.>>
—Vander Caballero

E obviamente era horrível pra ele e qualquer outra criança ver o pai que você ama, chegando 3 horas da manhã em casa bêbado, gritando, falando besteira, sendo violento, irresponsável, com uma aparecia terrível, fazendo mau a própria saúde, ficando depressivo e não conseguindo ficar longe do que lhe faz mal. E isso é triste e assustador, ainda mais para uma criança...

Me recordo de ter jogado video-games nos dias difíceis da minha infância. Lembro-me como o sórdido mundo dos adultos me absorvia e me fazia sentir vulnerável. Mas eu não me sentia assim quando estava jogando Mario: me sentia poderoso e no controle de um mundo fantástico. Me encantava vencer os chefões que eram muito piores que minha vida para mim, e hoje eu agradeço Miyamoto, agora é a minha vez de retribuir.

E foi assim que surgiu Papo & Yo, o jogo conta a história de Quico, um menino que vive em favelas na América do Sul, possivelmente no Brasil (Existem muitas referencias ao Brasil no jogo). Seu melhor amigo e protetor é o Monstro, uma grande besta que ama Quico. Mas Monstro é viciado em sapos venenosos, e quando ele os come, se transforma em uma máquina mortal, sua fúria o faz destruir tudo o que está ao seu redor, colocando todos em perigo, incluindo o Quico. A única chance de Quico para a sobrevivência é encontrar uma maneira de curar seu melhor amigo. Os jogadores construirão sua amizade com o Monstro solucionando quebra-cabeças e se aventurando por um mundo surreal e mágico. Os jogadores precisarão aprender a usar as emoções do Monstro, tanto as boas quanto as más, a seu favor se quiserem completar sua busca por uma cura para salvar o amigo. Quico é acompanhado de Lula, seu brinquedo favorito nesta jornada.



O motor usado para fazer o jogo foi Unreal Engine 3 e para a parte gráfica foram usados os softwares Visual Studio e o 3ds Max, para criar o jogo, a Minority recebeu apoio da Sony Pub Fund Program e da Canadia Media Fund, ambos projetos que ajudam criadores indies e pequenas empresas neste mundo super competitivo e difícil da criação de jogos. O jogo foi lançado originalmente para o PS3 através da PSN, e foi muito bem recebido pelo publico e pelos criticos, ganhando uma versão para computadores que pode ser encontrada na Steam

Neste link vocês podem ler uma entrevista com o criador do jogo: http://arena.ig.com.br/2012-08-24/entrevista-criador-de-papo--yo-fala-sobre-traumas-favelas-lula-e-luxemburgo.html





Espero que gostem deste post, foi um tanto trabalhoso escreve-lo, pois a maioria das fontes que eu usei estavam em espanhol e inglês, caso já tenham experimentado o jogo postem aqui o que acharam, e aos que não experimentaram falem sobre suas expectativas, e lembrem-se o tópico é sobre jogos artísticos, façam postagens como está sobre os que vocês conheçam também!